28.2.07

teus olhos em mim



Serena, vislumbras-me, olhos de turquesa

Lapidando meu coração de poente
Abres meus sonhos guardados em escrínios
Desejos intocáveis rendem-se aos teus anseios
Preciosidades por tuas mãos mineradas

Dócil, caminhas em meu labirinto
Passos que bebemoram meus mistérios
Em dueto encantado e intimista
Descobres notas dispersas da minha solidão
Melodias que ecoam em minhas ilhas

Os laços de fita que me cobrem da vida
Desatam-se amorosamente com tua chegada
Os nós não resistem à luz da tua entrega
Frouxos, moldam-se ao contorno de tuas mãos,
Exortando pelo toque que desvenda minha alma...

25.2.07

musas



Sem sonhos e desprovido de sentimentos e sentidos elementares, marcado pela lembrança, pela saudade da doçura das palavras, pelos afectos transcritos, fico frio e gélido com a certeza de que tenho esta vida para viver, de que me apego com todas as minhas forças, é cedo para partir, até uma próxima vez. Nesta letargia tantas são as musas que me entoam seus cânticos e acariciam, despertando-me para os sentimentos. Por vezes, oiço alguns dos seus tons melódicos que relembram partituras, relembram adjectivos sobrados e conjugados nesse tempo tão agradável em que areia o contava, de estas musas, tenho o lamento, de as não conseguir ouvir, mas acaricio seus gestos, suas partilhas, sua sensibilidade feminina, que tanto entendo, neste meu universo desprovido de cor, motivado pela cegueira, mas agora, começo a ver a cor que inunda o espaço em que vivemos, desperto este sentido para o colorido da vida em que adormecera.

24.2.07

Paris




Local de encontro que o destino ditou que nunca aconteceria...