28.5.07

esta noite



Era mais um noite como outra qualquer, com todas as rotinas que lhe cabem, sobrando aquele tempo em que a alma está vazia sem conteúdo. Mas o físico tem a cor indigo, aquando assim, é necessário que o corpo alimente a alma, dando-lhe o necessário para que ela, a alma, se preencha, se sinta saciada, então esta alma que já tem muitas luas de vivência, acedeu ao que a transporta na vida, esse físico fora em busca de outra alma que ajudasse na tarefa de mudar o rumo dessa noite. Na busca persistente, tornara-se numa obsessão sem fim, sem resultado, quase prestes a desistir, eis que outra alma, ainda nova, apareceu, padecia da mesma falta para fortunio da primeira, esta era cheia, transportada por um físico esplendoroso, gracioso e leve como uma pluma. Então se uniram e num sincronismo perfeito, rodopiaram toda a noite, ignorando o tempo, as almas e seus fisicos se saciaram mutuamente, nos mostrando as suas auras com tonalidades multicolor.

24.5.07

meu doce


Meu doce

Agora, só, sinto mágoas na cama fria e vazia.
Os pensamentos voam para longe, em busca de ti.
Desejos afloram na pele, incendiando-me o corpo
E neles, mil fantasias povoam meus sonhos.

Meu corpo inquieto dança sobre a cama,
procuro teu corpo quente e pele fria.
Sozinho...me perco a olhar o espelho
onde antes reflectia nossa imagem...

Agora apenas o silêncio, eu e as palavras esquecidas,
a desejar-te, a querer-te, para saciar a sede de amor.
Eu queria ao menos saber onde andas, meu amor.
Se pensas, como eu penso em ti…


19.4.07

Quimera




Á noite me procuro e me exponho
embalado no sabor da bonança
Na lembrança, a magia das pedras
Nos olhos, trago verde de esperança
Em meu peito, abraços de heras.

Na face da Lua vislumbro a saudade
No reflexo no mar, a quimera
O teu odor, se me prepétuara
Teu cabelo curto, cor de cera
O rosto junto a ele, se ficara.

De tua boca me sorvo e acalento
ás estrelas me deito nos sonhos
presenteias-me, teu lábio risonho
com teu corpo exposto no tampo

a mim, nú, me desempenho.




3.4.07

...(re)encontro.





Soprava uma brisa fresca, enfunando velas erguidas, vislumbradas pelo olhar perdido na esperança, na troca de sentidos, na partilha de que nos faz viver. De rostos banhados pelo sol, que lhes aquecia os corações fazendo-os entoar as palavras sentidas, as palavras que abriam o reencontro com o passado. O mar acompanhava uma sereia, na mesma melodia, que o sol escrevera eternamente e de que fora progenitor, ela voltara, com uma indumentária mais pura, de cabelos ondulados, moldados pelas mãos da Lua, a mesma que lhe tornara um sopro de vida, a mesma que dera um novo trilho nesta direcção. Agora sente-se um novo perfume envolvido por um véu de mistério, sente-se a sedução madura com laivos de tom purpura, onde se escreve o meu destino, onde reina a alegria dos meus sentidos, onde ficou gravado, este (re)encontro.

16.3.07

Por ti...




Por ti que o sol brilhou, começara esta estação,
minha natureza ficou florida, teus olhos minha paixão

Por ti me encantara, os pensamentos se eternizam
por ti existe o que ficara, assim pulsa meu coração

A lua a entoar teu nome, eu a olhar o firmamento
as tuas palavras são constelações, tua alma meu alimento

Teu sorriso lindo, e as tuas palavras contidas,
sopravam como brisas quentes em praias escondidas

Meu sono para ti, em sonhos e sem acção
com teus beijos doces e ternos, me sugas a razão

Com perfil discreto e teu corpo perfeito
me deslumbras, me encantas, me afagas o peito

Meu ser ansioso, por danças encantadas,
com um tempo sem fim em salas rodadas

Por ti o amor nascera e os meus olhos brilham
se partes me perco, minha doce paixão.


5.3.07

tributo


Raio de Sol

Em noites quentes de verão,
navegando os recantos do mundo
me revejo, me revigoro, me oculto e exploro.
Em noites quentes de verão,
Onde só a esperança me habita,
escrevo palavras doces,
que o passado ainda permita.
Só no firmamento me fixo,
em leituras me entrego
nenhuma constelação me abisma.
E ali me saboreio,
a conquista,
que me segrego.

eterna saudade



1.3.07

Amo-te



Amo-te como se amam as coisas escondidas,
oculto, entre a silhueta e a alma.
Amo-te como a planta que cresce e não floresce
levando dentro de si, rebento que não cresce
Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
Amo-te assim sem omitir e sem orgulho
Assim te amo porque não o sei de outra forma,
senão assim desta,
em que não sou nem és
tão perto que teu rosto, sobre meu corpo é meu
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

28.2.07

teus olhos em mim



Serena, vislumbras-me, olhos de turquesa

Lapidando meu coração de poente
Abres meus sonhos guardados em escrínios
Desejos intocáveis rendem-se aos teus anseios
Preciosidades por tuas mãos mineradas

Dócil, caminhas em meu labirinto
Passos que bebemoram meus mistérios
Em dueto encantado e intimista
Descobres notas dispersas da minha solidão
Melodias que ecoam em minhas ilhas

Os laços de fita que me cobrem da vida
Desatam-se amorosamente com tua chegada
Os nós não resistem à luz da tua entrega
Frouxos, moldam-se ao contorno de tuas mãos,
Exortando pelo toque que desvenda minha alma...

25.2.07

musas



Sem sonhos e desprovido de sentimentos e sentidos elementares, marcado pela lembrança, pela saudade da doçura das palavras, pelos afectos transcritos, fico frio e gélido com a certeza de que tenho esta vida para viver, de que me apego com todas as minhas forças, é cedo para partir, até uma próxima vez. Nesta letargia tantas são as musas que me entoam seus cânticos e acariciam, despertando-me para os sentimentos. Por vezes, oiço alguns dos seus tons melódicos que relembram partituras, relembram adjectivos sobrados e conjugados nesse tempo tão agradável em que areia o contava, de estas musas, tenho o lamento, de as não conseguir ouvir, mas acaricio seus gestos, suas partilhas, sua sensibilidade feminina, que tanto entendo, neste meu universo desprovido de cor, motivado pela cegueira, mas agora, começo a ver a cor que inunda o espaço em que vivemos, desperto este sentido para o colorido da vida em que adormecera.

24.2.07

Paris




Local de encontro que o destino ditou que nunca aconteceria...