19.4.07

Quimera




Á noite me procuro e me exponho
embalado no sabor da bonança
Na lembrança, a magia das pedras
Nos olhos, trago verde de esperança
Em meu peito, abraços de heras.

Na face da Lua vislumbro a saudade
No reflexo no mar, a quimera
O teu odor, se me prepétuara
Teu cabelo curto, cor de cera
O rosto junto a ele, se ficara.

De tua boca me sorvo e acalento
ás estrelas me deito nos sonhos
presenteias-me, teu lábio risonho
com teu corpo exposto no tampo

a mim, nú, me desempenho.




3.4.07

...(re)encontro.





Soprava uma brisa fresca, enfunando velas erguidas, vislumbradas pelo olhar perdido na esperança, na troca de sentidos, na partilha de que nos faz viver. De rostos banhados pelo sol, que lhes aquecia os corações fazendo-os entoar as palavras sentidas, as palavras que abriam o reencontro com o passado. O mar acompanhava uma sereia, na mesma melodia, que o sol escrevera eternamente e de que fora progenitor, ela voltara, com uma indumentária mais pura, de cabelos ondulados, moldados pelas mãos da Lua, a mesma que lhe tornara um sopro de vida, a mesma que dera um novo trilho nesta direcção. Agora sente-se um novo perfume envolvido por um véu de mistério, sente-se a sedução madura com laivos de tom purpura, onde se escreve o meu destino, onde reina a alegria dos meus sentidos, onde ficou gravado, este (re)encontro.